Paixão Vitoriana
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Vitória com muita tranquilidade...

Colocado por WhiteShadow a 10 de março de 2008

O dia D foi um dia V de Vitória! Na recepção ao Sporting o Vitória soube ultrapassar os seus próprios receios e partir para uns 3 pontos que são completamente indiscutíveis. Agora, é um facto que apenas a 8 jornadas do fim o Vitória encontra-se pela 3a jornada consecutiva no 3º lugar a apenas 2 pontos do 2º. Atrás de si vem um surpreendente V. Setúbal a apenas 1 ponto e o Sporting vem a seguir já a 4 pontos de distância. Mais não podia ser pedido a esta equipa. Não se exige a Champions (nem sequer a Europa) mas como diria Cajuda seria um insulto à inteligência das pessoas se disséssemos que apenas queremos a manutenção. Não, o sonho está tão perto que sem ser obrigatório lá chegar é obrigatório lutar por ele. Eu acredito, e arrepio-me só de pensar numa certa música a ser ouvida no nosso estádio...

Cajuda operou apenas uma alteração no 11, com Desmarets a subir no terreno e Mohma a entrar para lateral esquerdo, saíndo do 11 Carlitos estava em inferioridade física. O início não foi o melhor. O Vitória entrou algo nervoso e sem no entanto deixar o Sporting criar situações de perigo, a verdade é que falhamos imensos passes e não conseguimos ter posse de bola. Por volta dos 20 minutos, coincidindo com a mudança de flanco de Alan e com a maior influência no jogo o Vitória começou a dominar e aos poucos foi começando a criar perigo.

Por volta da meio hora o Vitória consegue a primeira grande oportunidade. Uma recuperação deu origem a um rápido contra-atraque que abriu espaço para Alan tentar o remate. Rui Patrício não conseguiu defender à primeira e o mesmo Alan na recarda quase marcava, vendo a bola ser desviada por um defesa. Os lances de perigo começaram então a surgir em catadupa. João Alves centra para Alan sozinho cabecear com muito perigo. Pouco depois tem a oportunidade de marcar mas com alguma confusão a bola acaba por ser aliviada. Logo a seguir Miljan tem a mehor oportunidade até então, podendo cabecar sem oposição à entrada da pequena área, mas o remate sai a figura. Pouco depois João Alves rompe pela direita e faz um cruzamento rasteiro muito perigoso.

As oportunidades sucediam-se mas o golo não surgia. Até que em cima dos 45' surge o primeiro e muito merecido golo do jogo. Livre de João Alves, Rui Patrício não consegue afastar completamente a bola e Sereno surge a fazer o 1-0! Explosão de alegria no D. Afonso Henriques e prémio muito merecido para um jovem jogador que teima em mostrar que é um excelente central (que dupla que agora temos!). O intervalo chegou logo a seguir.

Este golo veio numa óptima altura para o Vitória e trouxe alguma justiça ao resultado. Se pecasse por alguma coisa, era por ser lisonjeiro para o Sporting. Apesar da má entrada o Vitória acabou a primeira parte com números claros. Além do golo de vantagem, teve mais ataques (20 contra 12), mais remates (10 contra 3), mais cantos (2 contra 0) e mais posse de bola (54% contra 46%).

A segunda parte trouxe um Sporting disposto a tentar reagir, mas tal nunca foi permitido pelo Vitória. Cajuda e a equipa parecem ter aprendido a lição do jogo contra o Benfica e tacticamente estivemos muito bem. Na prática o Sporting nunca criou verdadeiro perigo (apenas me recordo de um remate digno desse nome na segunda parte) enquanto que nós por várias vezes podíamos ter ampliado o marcador. Alan de cabeça na pequena área, Ghilas e finalmente Andrezinho tiveram oportunidade de matar o jogo, sem no entanto o conseguirem. Entretanto, Moreno tinha entrado para o lugar de Miljan e logo depois Roberto substituiu Ghilas.

Aos 85 surge a grande oportunidade para serenar o jogo. Alan é puxado pela camisola (com a falta a prolongar-se desde fora até dentro da área) e Lucílio marca penalti, dando o correspondente segundo amarelo a Grimi. Milagre, com o primeiro penalti da época a ser marcado a nosso favor. Na sua conversão, Alan, que tão necessitado anda de um golo, tenta a paradinha mas falha. Apesar de claramente Rui Patrício estar muito adiantado da linha de golo no momento do remate, devia ter conseguido marcar. As duas fotos seguintes mostram claramente o que digo: na primeira vê-e a camisola ainda a ser puxada dentro da área e na segunda vê-se o posicionamente do guarda-redes leonino no momento do remate.



Não surgiu no penalti, mas foi alcançado já aos 92'. Roberto segura muito bem uma bola pelo ar, aguenta a carga, passa por Polga, espera pelo recém-entrado Fajardo e faz a assistência que este último converte em golo através de um bonito remate. O delírio no estádio, com festejos intensos e cachecoladas simplesmente impressionantes. O jogo ainda teve mais alguns minutos ao som e olés dos adeptos vitorianos, e o apito final ouviu-se dando por finalizados 90 minutos que podem significar uma viragem para o Vitória no campeonato, com a moral agora bem reforçada.

Não há muito a dizer sobre a equipa. No cômputo geral foi dos jogos mais bem conseguidos da época. Na defesa Nilson não teve trabalho, mas esteve seguro quando foi chamado a intervir. Geromel passeou a sua classe (os comentadores ingleses ficaram impressionados) e Sereno não lhe ficou nada atrás. Que jovem dupla de centrais que temos! Um Luxo! Nas laterais Andrezinho cumpriu e foi muito importante na manobra ofensiva. Mohma entrou bem e mostrou que se não forem as lesões pode perfeitamente agarrar o lugar (afinal de contas, um internacional camaronês tem de ter algum talento, não?). Este jogador permitiu também que Desmarets se adiantasse para o meio-campo onde foi tremendo. Juntamente com João Alves (cada vez melhor) e Flávio (imperial) permitiu um domínio da zona nevrálgica do terreno. Aliás, com ele, o Vitória actuou até mais próximo de um 4-3-3 do que o habitual 4-2-3-1. Na frente Alan foi muito interventivo, Ghilas incansável e Miljan fez um jogo... agradável, para o que já o vi fazer. Moreno entrou bem no jogo e Roberto e Fajardo construiram o segundo golo.

O post já vai longo por isso vou-me "calar" senão ficam fartos de me aturar. Apenas dizer que com uma transmissão televisiva impecável vibrei e sofri mesmo muito. Que inveja de quem teve a oportunidade de estar presente fisicamente no estádio! Se aqui acordei meia Inglaterra, imagino o vulcão que deve ter sido o D. Afonso Henriques. De destacar sem dúvida os mais de 27320 adeptos que marcaram presença. E do Sporting veio mesmo um número muito reduzido que não deveria andar longe dos 300 (nem 1/4 da parte inferir do topo Norte encheram), o que me leva a acreditar com firmeza que o número de vitorianos andaria perto dos 27 000. Agora, o sonho comanda a vida. Manter os pés no chão, claro, e pensar jogo a jogo. Mas como impedir que estrelas percorram a nossa imaginação? Deixem-me sonhar...

Ligações: Os golos e principais lances do jogo

Fotos: Transmissão televisiva

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