Paixão Vitoriana
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Do berço, com amor

Colocado por WhiteShadow a 24 de janeiro de 2008

Com os devidos agradecimentos ao Hélio Pinto, que descobriu esta pérola, aqui fica a opinião de um adepto de outro clube sobre o Vitória e os seus adeptos, com o título desde mesmo post. O original pode ser visto no blog Futebol United. Apesar de ser um texto já escrito em Outubro de 2007, vale a pena ler:

"Foi justamente no seio de um recanto memorável que a saga teve o seu início. O colossal impulsionador, de nome Afonso, continha um desejo desde a sua emancipação. Imortalizou-se como D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal, como incessantemente ambicionou desde tenra idade. Conquistas atrás de conquistas culminou o seu reinado em Ourique, às portas do Algarve. Actualmente, em Guimarães, não existe uma personalidade mas uma instituição de dimensão idêntica, imensa. É o Vitória. Se o Castelo é a súmula mor da cidade e D. Afonso Henriques o seu filho pródigo, o Vitória representa o extrapolar de um sentimento de total devoção, pleno de amor e paixão.

É este aglomerado populacional, descendentes de quem viu nascer o então Portucale, que o torna grandioso. Aliás, é uma massa adepta enorme. Não em quantidade abundante, mas em dedicação a uma causa. É uma autêntica religião para as gentes vimaranenses. Eles são os melhores adeptos de Portugal, quiçá da Europa, eventualmente de todo o mundo. Um exemplo da força do futebol!? Um exemplo de amor a uma causa!? Um sentimento de pertença!? As respostas poderão ser múltiplas. O Vitória é a mais óbvia, autêntica e genuína. Estejam no primeiro ou segundo escalão, no topo, fundo ou tranquilamente in the middle, eles estão lá, indefectíveis e com muito amor. Possuirão nos genes a determinação e a coragem do avô Afonso!? Evidentemente que sim.

Quando debatemos, nas mais variadas ocasiões, qual o 4º grande do futebol português as respostas não geram consenso. Alguns mencionam o Braga, o Boavista, o Belenenses, o Marítimo e, até, a Académica. Outros evocam o Vitória de Guimarães e, ainda, a sua congénere de Setúbal. Eu sou peremptório, é o Vitória de Guimarães. Afinal uma opinião como tantas outras. No que me sustento!? Na massa associativa. Como se avalia a dimensão de um clube!? Através do capital, claro que sim. Cada vez mais. Mas o capital vai e vem, é temporal. A riqueza e grandeza de um clube reside na sua massa adepta. Guimarães é a melhor de Portugal, é enorme, indiscutivelmente. É senhora de uma magia peculiar. Num horizonte futuro direi que o Vitória, se conseguir ”fabricar” adeptos por todo o país com a mesma fibra e abnegação ao clube, possui vantajosas condições para se intrometer entre os colossos do futebol português.

De regresso ao escalão primodivisionário o Vitória está a realizar uma admirável campanha. Com tranquilidade vai atingindo os seus propósitos. Cajuda é um treinador com vasta experiência. Conhece como ninguém o futebol português. E, porque não dizê-lo, é um conhecedor profundo das gentes minhotas. A equipa revela atributos, nos diversos sectores existem bons jogadores, rentabilizados pela astúcia de Cajuda e pela estabilidade conferida pela Direcção. Andrezinho é um dos melhores laterais direitos da Superliga. Geromel é o patrão da defesa, numa óptica pessoal encontra-se preparado para mais altos voos. Meireles é o líder dentro das quatro linhas. Alan é uma considerável mais valia e a pedra de toque da equipa. Mrdakovic é um avançado interessante, escolhido com critério. Sem dúvida, uma excelente aquisição. Rabiola é o futuro, embora pertença aos quadros do FC Porto.

Os adeptos continuam arrebatadores. A força do Vitória continua, cada dia que passa, a aumentar consideravelmente. Algumas épocas frustrantes resultaram de crises directivas e de uma instabilidade permanente. Presentemente, com uma direcção que aparenta reger-se pelo bom senso e por um panorama de estabilidade, os resultados começam a surtir efeito. Veremos o que estará guardado para o futuro do Guimarães. Não duvido que será glorioso. Aquela gente merece-o mais do que ninguém."

Que dizer perante um texto como este, ainda por cima com o valor acrescentado de "vir de fora"? Apenas elogiar a percepção que o Hélder Cabrita (autor do post) tem do fenómeno desportivo que é o Vitória e as suas gente, e claro, sentir um imenso orgulho por fazer parte desta família vitoriana. É que ser vitoriano é mesmo algo de único, de inexplicável, que faz parte do nosso ser e nos acompanha pela nossa vida...

Foto: Pedro Cunha

2 remate(s):

Anônimo disse...

Belo texto.
embora não faça mais que reflectir a realidade, é um belo texto.

luis cirilo disse...

É um texto magnifico.
Justo,criterioso e que revela conhecimento da matéria.