Hoje tive a oportunidade de pela primeira vez na minha vida presenciar ao vivo um jogo do campeonato considerado por muitos o melhor campeonato do mundo: a Premier League inglesa. Para não começar pelo teoricamente melhor (leia-se o Newcastle), decidi fazer uma pequena viagem e fui ver
o Sunderland - Derby County.
A viagem de metro entre Newcastle e Sunderland demora uns 30 minutos e fui logo de manhã para ver o ambiente. Saí na estação com o nome do
estádio (que segundo eles não tem nada a ver com o português estádio da luz) e poucos minutos depois aí estava a minha primeira visão do recinto.
Na zona existem alguns pubs com referência ao futebol. Dirigi-me de pronto à "Black Cat House" para ir recolher o meu bilhete. O Sunderland "oficializou" esta alcunha de
black cats depois de uma votação no seu site, em 2000.
Aproveitei e dei uma primeira volta ao estádio para o apreciar. É um estádio recente, completado em 1997, com capacidade actual para 49000 espectadores, mas feito de maneira a poder ser aumentado. É neste momento o 4º estádio com maior capacidade da Premier League (apenas atrás de Manchester United, Arsenal e Newcastle). O estádio é bastante uniforme e bem "arranjadinho", sem luxos, mas com pormenores bonitos, como o símbolo e o nome do estádio na bancada central (há muito que defendo que o Vitória deve fazer algo semelhante no D. Afonso Henriques). Como seria de esperar, o estádio tem uma loja do clube, que está bem apetrechada, com muita variedade de produtos (embora não esteja ao nível da mega-store do Newcastle de que falarei noutra altura).
Como ainda faltavam 3h para o jogo, fui conhecer um pouco da cidade, vendo já muitas camisolas e cachecóis. Falei com alguns adeptos, tentando divulgar o Vitória, claro :) Até que 1h antes do jogo voltei à zona do estádio, já muito mais movimentada. Vi os habituais polícias a cavalo e também uma estátua em homenagem ao manager
Bob Stokoe, que os levou à vitória na Taça da Liga, em 1973.
A uns 40 minutos do início resolvi entrar no estádio, para conhecer por dentro o recinto que em 2007 venceu um prémio por ser o melhor estádio para os visitantes nos
Football League Awards. Nas bancadas não estava quase ninguém, mas nos imensos corredores internos já estavam uns bons milhares. Pude ver o final do jogo do Chelsea e ver a variada oferta de bebidas e comidas disponível, curiosamente a preços bem acessíveis. Consegui ir a várias zonas do estádio, pois não há barreiras a separar bancadas. O meu lugar ficava na bancada central, na parte de baixo do anel superior. O estádio não é uniforme, tendo duas bancadas com dois anéis, e outras duas com quatro anéis. Na bancada em frente à minha estava um grande emblema do Sunderland, e do lado esquerdo pode ler-se "Ha'Way The Lads".
Quando o jogo começou já estariam certamente mais de 40000 pessoas. O Sunderland é treinado pelo bem conhecido
Roy Keane e tem
jogadores como as ex-estrelas Andy Cole e Dwight York (aliás, tem vários jogadores de Trinidad & Tobago). Para terem uma ideia da diferença do orçamento entre uma equipa destas e o Vitória, basta dizer que pagaram mais de 12 milhões de euros pelo guarda-redes escocês Craig Gordon, que hoje até se sentou no banco. o Derby, com o novo treinador Paul Jewell, entrou melhor no jogo e trocou melhor a bola. Dominou a primeira parte, e teve uma bola no poste. O Sunderland, muito trapalhão, lá ia respondendo e também teve uma bola nos ferros. O empate ajustava-se, mas mesmo no final, aos 93 minutos o avançado esperança da Irlanda,
Stokes, marcou o golo solitário com que o Sunderland ganhou o jogo. Foi uma explosão de alegria, mas muita gente já não viu o golo, pois tinha já saído (não é um fenómeno só português). Aliás, das coisas mais surpreendentes foi a quantidade enorme de pessoas que a meio do jogo, por exemplo numa lesão, saía dos lugares para ir aos bares.
Resta dizer que em termos de ambiente, tenho de admitir que foi um pouco uma desilusão... Talvez pela posição em que estão, aqueles que são aclamados como os adeptos mais
ruidosos da Liga, não cantaram quase nada. Ouvi muito mais vezes os adeptos do Derby County. E mesmo quando cantavam, foi sempre o "Sunderland, Sunderland", e nada daqueles bonitos cânticos ingleses, com uma letra bem formada e elaborada... É verdade que quando se aproximavam da baliza ou quando falhavam um golo, o barulho era muito e geral, mas sinceramente, o Vitória não fica absolutamente nada a dever. Bem pelo contrário. E mesmo o golo no final foi para mim sentido como uma explosão bem mais pequena do que a vivida no D. Afonso Henriques quando algo de semelhante aconteceu contra o Leiria. Em termos desportivos, neste momento, pese embora a diferença de orçamentos, o Vitória tinha equipa e jogadores para os dois conjuntos que vi hoje.
Foi sem dúvida um dia diferente e para mais tarde recordar. Gostei muito da experiência e agora há mais... na quarta! Pois já tenho bilhete para o Newcastle Arsenal :)
Para terminar, como as duas fotos que saíram "bem" já foram parar à iniciativa
Vitória no Mundo, aqui fica uma outra foto final do estádio, mas com grande destaque para o nosso emblema, que me fez companhia durante toda a experiência, claro!
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