Conseguimos! Há dois anos fechamos o campeonato também com o Estrela em nossa casa, mas da pior maneira possível. Agora os sentimentos não podiam ser mais opostos. Um ano depois do pesadelo, o "monstro", o "gigante" Vitória reergueu-se e está aí para a luta! Terceiro lugar no campeonato (igualando a melhor classificação de sempre - com esta época ficamos já por 4 vezes em terceiro), qualificação para a 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões e, o mas importante de tudo, de volta a alegria, o orgulho, a festa, o prestígio, a honra, a suprema felicidade de saber que pertencer à família vitoriana é pertencer a algo único e muito especial. Obrigado direcção, obrigado equipa técnica, obrigado jogadores por nos devolverem um sorriso largo às nossas faces.
Do jogo de ontem em si, nem apetece falar muito. O primeiro momento de excitação aconteceu... com o golo do Boavista. Impossível alguém não saber, mesmo sem rádio, dada a explosão que mais parecia um golo. O Sporting viria a marcar logo a seguir (novamente com uma grande penalidade). E pouco depois marcava novamente, sendo que o Benfica inaugurava também o marcador. E foram esses minutos os mais difíceis: os nosso adversários já estavam a ganhar e nós ainda continuávamos 0-0, presos na teia defensiva do Estrela.
Até que aos 36', o grande capitão Flávio Meireles (bem mereceu) tira um momento mágico da cartola e repete a gracinha de Belém, marcando um golo "fotocópia" do que marcou em Belém! Explosão enorme de alegria no estádio e a certeza que o mais difícil estava feito! Na segunda parte alguma "tremideira" e surge o momento que nos colocou o coração nas mãos: por volta dos 65' o Estrela quase marca, com Mendonça a desperdiçar frente a Nilson. O lance teve o condão de acordar o Vitória e logo a seguir o recém-entrada Fajardo cruza com perigo, e na sequência o guarda-redes estrelista sacode mal a bola contra Alan, que acaba por fazer o primeiro (e também muito merecido) golo da época! Com a certeza que a vitória já não fugia, a equipa descomprimiu, libertou-se e ainda fez mais golos. O terceiro um golão de meia-distância de Andrezinho (só ele saberá se cruzou ou rematou) e o quarto num remate muito colocado de Desmarets.
Está completo o ramalhete, e a vingança do resultado da primeira volta. Durante esses minutos a festa no estádio foi muito, com a onda, muitos cânticos e cachecoladas. O jogo terminava em festa e depois de os adeptos vitorianos terem sido impecáveis em não invadir o campo, a alegria continou. Primeiro em campo, com muita emoção e alguns jogadores, como é o caso de Luciano Amaral, completamente doidos de contentamento. Cajuda, esse, mesmo a terminar o jogo, ofereceu a gravata a um adepto e veio para a bancada, para junto da família, aplaudir os jogadores como se ele próprio fosse um simples adepto. Obrigado por tudo Mister!
A noite ainda era uma criança e a festa continuou com o "Trio Eléctrico", os jogadores, um mar de paixão vitoriana, muita música e muita animação! Cai o pano sobre uma época memorável para o Vitória. Foi pena não termos conseguido o segundo lugar, não o escondo, mas se pensarmos na nossa situação há pouco mais de um ano, é mesmo incrível o que conseguimos! E com tudo isto, batemos mais um recorde: nunca uma equipa tinha conseguido um terceiro lugar no ano em que subiu de divisão. Venha agora o dia 1 de Agosto para sabermos o nosso adversário na pré-eliminatória da Liga dos Campeões e... o céu é o limite!
Fotos: Lusa/MaisFutebol
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