O jogo começou com o Vitória na frente, a conseguir vários cantos, mas na primeira vez que o Sadinos têm uma oportunidade (11'), depois de uma fífia de Lionn, André Marques faz um bom golo sem culpas para Serginho. O Vitória reagiu prontamente e Marquinho responde positivamente a um bom cruzamento de Fajardo, fazendo um belo golo de cabeça, de cima para baixo como mandam as regras (aos 15').
A partir daqui o Vitória parece estar melhor, tem mais ataques mas é o puto Regula (bom jogo) que envia uma bola à barra da baliza de Serginho. Aos 34' o Vitória consuma a reviravolta e uma brilhante assistência de Fajardo isola Nuno Assis que depois de contornar Milojevic faz um golo fácil.
Parecíamos lançados para o triunfo mas aos 37' uma grande falha de marcação dá o empate a Ricardo Chaves na marcação de um canto. Balde de água fria para as hostes vimaranenses e o intervalo chegou com o empate no marcador. No recomeço voltamos a entrar melhor e logo aos 50' é mal anulado um golo a Flávio Meireles que não fez nenhuma falta. Aos 58' Nuno Assis serve Fajardo que faz (novamente) uma grande assistência para Marquinho mas este falha incrivelmente o golo. Foi uma das melhores jogadas do desafio.
Pouco depois Fajardo sai para entrar Carlitos e o Vitória parece-me que perde algum fulgor. No entanto, sentia-se que o golo da vitória podia ainda chegar e aos 82' chega mesmo! Marquinho surge solto na esquerda e centra rasteiro de forma perfeita para Nuno Assis que apenas tem de encostar. Simples e prático. Estávamos na frente e tínhamos agora tudo para vencer.
Depois de algumas percas de tempo e substituições nos descontos (que não gosto mas compreendo) Custódio, recém-entrado, faz uma assistência perfeita para Nuno Assis que, partindo atrás da linha do meio-campo, surge novamente isolado para fazer o 4-2 final com que o encontro encerrou. Um final perfeito!
No fim de contas fica o mais importante, os 3 pontos, mas também uma boa exibição do sector ofensivo do Vitória. Nuno Assis foi o homem do jogo, com o seu hat-trick, mas Marquinho (1 golo, 1 assistência e boas movimentações) e Fajardo (3 assistências) não lhe ficaram atrás. Defensivamente é que ainda mostramos muitas fragilidades, com Lionn a mostrar ainda estar muito verde e Moreno novamente a ter desconcentrações que podiam ser fatais. Gregory não foi mau de todo, apesar de ter feito um carrinho na área que me "gelou" (vá lá que saiu perfeito) e Andrezinho, o improvisado lateral esquerdo, apenas cumpriu.
Não vale a pena embandeirar em arco porque foi apenas um jogo, e nota-se que ainda falta algo à equipa, mas sem dúvida que estes 3 pontos são muito importantes e são um excelente tónico para o que resta do campeonato. Eu, pelo menos, sei que como tantos outros vitorianos vou dormir hoje um pouco mais feliz e de sorriso estampado no rosto. É tão bom ver o Vitória vencer...
Ligações interessantes:
- Golos do jogo (via TVGolo)
Como podemos ver infelizmente a nossa prestação esta época é bastante inferior à do ano passado. De facto temos nesta altura menos 7 pontos que no ano passado (embora se compararmos os mesmos jogos tenhamos apenas menos 4 pontos). O nosso grande problema são sem dúvida os jogos em casa. Somos a pior equipa do campeonato como visitada, com apenas 7 pontos conquistados. Como visitantes os nossos números sobem um pouco mais, sendo que estamos em 5º lugar com 11 pontos (com 8 jogos já disputados).
Em termos de golos a nossa prestação também não é animadora. Somos apenas o 10º melhor ataque (com 13 golos marcados) e a 8ª melhor defesa (com 15 golos sofridos). Dos nossos 13 golos, apenas 3 foram marcados em casa! Um registo realmente muito curto, que também se reflecte no facto de sermos uma das equipas com mais resultados nulos: empatamos 0-0 por quatro vezes, três das quais em casa. Além desses 4 nulos tivemos outros três jogos onde não marcamos qualquer golo, sendo que em sentido inverso não sofremos golos em mais dois jogos além dos 0-0. É também de notar que somos a 3ª equipa que mais marca de cabeça (6 golos) e que não tivemos um único golo de penalti.
Em termos individuais, já marcaram golos pelo Vitória 8 diferentes jogadores, sendo que apenas Douglas (4) e Roberto (2) marcaram por mais que uma vez. O jogador mais utilizado é Desmarets, o único que aparece em todos os 15 jogos do campeonato.
Em termos de sequências positivas, nunca conseguimos ganhar duas vezes seguidas, mas também nunca perdemos mais do que dois encontros consecutivos. O melhor que conseguimos foi estar 4 jogos sem perder, o que sucedeu precisamente nos quatro jogos anteriores à Académica.
São apenas números é verdade, mas mostram muitas das causas que nos fazem estar a ter prestação tão decepcionante na Liga Sagres. Esperemos que a segunda volta traga uma recuperação que nos permita atingir números mais condizentes com o estatuto do nosso clube.
Uma nota final, já que falamos de estatísticas, para falar do nosso jogo de hoje. Para o campeonato, ganhamos 3 dos últimos 4 jogos em Setúbal, sendo que também já lá vencemos este ano para a Taça, com um golo do Flávio Meireles. Esperemos que essa estatística favorável continue!
Falemos para já do mais importante destes dois jogos, o de Espinho. Claro que uma vitória neste jogo só será importante se tiver o devido seguimento com uma vitória na Maia, mas estou convencido que se ganharmos no Sábado o jogo da Maia irá inevitavelmente cair para o nosso lado, tendo em conta o factor anímico associado.
Como seria de esperar, o Sp. Espinho volta a jogar o "truque" habitual, e não joga na nave de Espinho, antes preferindo jogar no velhinho e sem grandes condições pavilhão Joaquim Moreira da Costa Jr. No ano passado perdemos lá para o campeonato por 3-0 mas depois vencemos também lá duas vezes por 3-1 na decisiva final, quebrando o enguiço. Este jogo de Sábado será importante não só porque decide o primeiro lugar, mas também porque "define o tom" em que a provável final será disputada (salvo uma intromissão inesperada de outro clube). É que o Vitória perdeu o jogo da primeira volta por 3-0 e se perder novamente fica um certo estigma de aparente superioridade dos nossos adversários. Pelo contrário, uma vitória nossa, conjugada com a brilhante prestação na Liga dos Campeões, deixaria a balança emocional a pender para o nosso lado.
Esperemos para ver o que dá este jogo. Da minha parte a ansiedade é já alguma. E não havendo jogos do futebol sénior marcados para o fim-de-semana (jogamos na sexta em Setúbal), não há desculpa para faltar ao jogo. Este Sábado, marque presença em Espinho! Todos juntos para apoiar uma equipa que já mostrou merecer a nossa dedicação. Aos jogadores, não peço garra pois sei que a vão mostrar. Peço apenas que vençam por nós!
TODOS A ESPINHO!
Sp. Espinho - Vitória SC
Sábado, dia 31 de Janeiro, 17:00
Pavilhão Joaquim Moreira da Costa Jr (o antigo, junto ao estádio)
Ligações interessantes:
- Afinal Tiago Ronaldo (que foi chamado) vai ou não ser emprestado? Foi tudo apenas especulação jornalística? Na minha opinião o Tiago até podia ter o necessário tempo de jogo ao ser emprestado mas merece certamente mais do que o falado Maria da Fonte.
- Lucas não foi chamado por Cajuda, mesmo quando continuamos sem nenhum dos nossos outros pontas-de-lança disponíveis (Douglas e Santana lesionados, Cícero ainda sem forma). Significará que Cajuda irá deixar cair a aposta nele ou simplesmente pensa em ir defender para Setúbal e desse modo dispensa a sua utilização?
Esperemos para ver agora o 11 que Cajuda irá usar. Na imprensa fala-se nos regressos de Lionn e Flávio, bem como na estreia de Milhazes - o que não poderá acontecer porque não foi convocado - obrigado Carlos :-).
Imagem: Site do Vitória SC
Como curiosidade, o melhor pontuador da prova pertence aos nossos próximos adversários, o Iraklis de Salónica. Estamos a falar de Marcus Nilsson, a estrela sueca, que obteve uns impressionantes 128 pontos nos 6 jogos da primeira fase. A lista completa dos prémios pode ser vista aqui.
Nota: A caricatura de Thiago Rey é um excerto de um cartoon maior de Miguel Salazar.
Ligações relacionadas:
- Opinião na AVS #4: O fim da linha para a direcção?
- Opinião na AVS #3: Não deixem o monstro adormecer
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Não me apetece falar muito mais deste jogo, pelo que esperemas agora pelo jogo de sexta. Sserá um jogo incrivelmente diferente do da época passada, pois ambos os Vitória estão bem diferentes, para pior. As expectativas não são muitas em termos de qualidade de jogo, mas acredito que possamos trazer um resultado positivo (leia-se os 3 pontos).
PS - Quanto à demissão de Manuel Almeida e a sua tirada da "dupla perfeita" que ficou na direcção, esperemos pelo prometido comunicado de amanhã para poder comentar melhor.
Foto: Site do Vitória SC
Espero que hoje o Vitória consiga um desfecho idêntico, trazendo para Guimarães 3 pontos que nos fazem tanta falta...
Ligações interessantes:
Num jogo que tive a oportunidade de acompanhar na BenficaTV (o que muita polémica está a causar, com SportTV a cancelar as transmissões do campeonato de voleibol), o Vitória não fez um jogo brilhante, mas foi um vencedor justo. Entramos muito bem e o primeiro set foi vencido com toda a naturalidade, sempre a comandar o marcador. O segundo set parecia caminhar para o mesmo, chegamos a ter uma vantagem de 5 pontos já a meio do set, mas depois a equipa desconcentrou-se, deixou o benfica aproximar-se, desperdiçou algumas bolas de set e acabou por perder. Acusamos o toque e perdemos o set seguinte por números impensáveis. O quarto set foi o mais equilibrado de todos. Conseguimos ganhar ligeira vantagem aos 18-20, e parecia que era nosso. O Benfica reagiu, virou para 21-20 mas aí o Vitória puxou finalmente dos seus galões e encerrou o set em grande estilo. Com este embalo, a negra pareceu sempre estar sob controle e fechamos com justeza ganhando por 4 pontos de diferença.
Tendo em conta o apertado calendário, e com algum cansaço físico provavelmente a ter influência, foi uma saborosa e importantíssima vitória, que ainda me soube melhor pelo facto de estar a ouvir na TV comentários (naturalmente) tendenciosos. Bem sei que sendo o canal de um clube eles não têm obrigação nenhuma de serem imparciais, mas ver o Vitória a servir e os comentadores a dizerem "espero que falhe" já imaginam o tipo de discurso que tinham.
Na próxima semana decide-se tudo em termos de lugares na fase regular do campeonato, com dois encontros que prometem. No sábado o escaldante Sp. Espinho-Vitória. Quem vencer fica com tudo para terminar em primeiro lugar. No Domingo vamos a casa do C. Maia, o actual terceiro que perdeu neste fim-de-semana de forma supreendente com a Ac. Espinho que parece talhada para ser "tomba-gigantes" (foi a única equipa a derrotar o Sp. Espinho). Relembro que na Taça jogaremos precisamente contra a Ac. Espinho, pelo que todos os cuidados serão poucos.
Força Vitória! Eu acredito que poderemos renovar o título de campeão. E é tão lindo ver as quinas no nosso equipamento...
Em júniores perdemos num jogo muito polémico. Num jogo onde o terceiro (o Vitória) defrontava o segundo (o Braga) estava muito em jogo (relembro que apenas os dois primeiros seguem em frente). Os "arsenalistas" acabaram por ser mais felizes e ganhar num golo fruto de um escandaloso fora-de-jogo. Além disso o Vitória teve três expulsões (um jogador de campo, um suplente e o nosso treinador). Para além disso tivemos no mínimo dois lances muito duvidosos na área adversário com o árbitro, da A. F. Braga, semper a optar por "proteger" os encarnados. Como se não bastasse tudo isto, houve ainda tempo para agressões e pancadaria no exterior do relvado. Um jogo portanto para recordar pelas piores razões. Resta agora ao Vitória continuar a lutar e a acreditar num apuramento que ficou mais complicado. Pode ser que para a semana, com os bracarenses a receberem o Porto possamos desde já começar a recuperar os pontos que nos foram vilipendiados neste jogo. Jogaremos em casa com a Académica, actual sexta classificada.
Em juvenis fomos ganhar por 1-0 a Braga e o resultado acaba por pecar por ser escasso. O domínio claro do jogo foi do líder Vitória e o oitavo classificado nunca mostrou argumentos de peso para contrariar o nosos favoritismo. O segundo classificado, o Padroense, também ganhou, pelo que mantivemos a distância de 2 pontos. Para a semana recebemos o último classificado, o Bragança, pelo que não se esperam surpresas. O Padroense tem uma sempre difícil deslocação a Vizela.
Fotos: Associação VitóriaSempre
“O Primçipe Iuuri Dolgoruuqui estava bem avisado que a batalha de Dom Rogeerio de Paulla na Bohemia, começava huum dia despoes da batalha de Moscoovo, e assi hordenou oos seos cavalleiros maaes mamçebos em fresca hidade, de hir muj ledos per tomar Guimaraaens. Estamdo fora hos delRei Dom Affomsso Hemrriques, Dom Rogeerio deo a defemçom da çidade a Dom Miguell, e a Dom Maario, e a Dom Deogo. Quamdo Dom Rogeerio ouve conheçimemto que as troopas de Moscoovo jaa marchavom sobre Guimaraaens com huum dia de avamço, hordenou a Dom Eorico que fosse na avamguarda com huum mãao cheea de soldados, per comçeguir salvar a çidade. Dom Eorico chegou aas portas da çidade amtes de começar a pelleja, e ahimda logrou ferir ho guerreiro Samohilenco per a reguarda, mas ho golpe nom lhe deo morte. Os de Moscoovo vemçerom a pelleja dos primeiros dous dias, e Dom Miguell quasi foe morto (veer iluminura).”
“Solo oo terceiro dia, quamdo arrivou todollo exeercito de Dom Affomsso Hemrriques, lograrom os de Guimaraaens huum pequeno veemçimemto sobre os homeens de Moscoovo. Mas a derrota foe inevitaavel, fremte aa força do exeercito do Primçipe Iuuri. Desta feeta, hos de Moscoovo jaa estavom bem avisados.”
Tradução
O Príncipe Yuri Dolgoruki sabia que a batalha de Dom Rogério de Paula na Boémia, começava um dia depois da de Moscovo e, assim, ordenou aos seus cavaleiros mais rápidos e mais jovens que marchassem sobre Guimarães. Na ausência do exército d’El-Rei Dom Afonso Henriques, Dom Rogério havia confiado a defesa da cidade a Dom Miguel (Coelho), a Dom Mário (Pinto) e a Dom Diogo (Antunes). Quando Dom Rogério soube que as tropas de Moscovo já marchavam sobre Guimarães, enviou Dom Eurico (Peixoto) à frente, com um punhado de soldados, para tentar evitar a desgraça iminente. Quando Dom Eurico chegou às muralhas da cidade, momentos antes de se iniciar o confronto, ainda conseguiu atingir o guerreiro Samoylenko pelas costas, mas esse golpe não foi suficiente para evitar a derrota nos primeiros dois dias. Dom Miguel quase sucumbiu no assaltoa à cidade (ver cartoon). Só ao terceiro dia, com a chegada do grosso das forças de Dom Afonso Henriques, se conseguiu uma pequena vitória sobre os homens de Moscovo. Mas a derrota não se pôde evitar, perante a força esmagadora do exército do Príncipe Yuri. Desta vez, os de Moscovo já estavam prevenidos sobre o querer do povo de Guimarães.
”De fromte aas murallas vermellas do Creemelim, estavom Dom Rogeerio de Paulla e os seos nobres cavalleiros em comtemplaçom daquel tam gramde obstaaculo, quasi impoçiivel de tramspoer, promtos pera pelleiar com as temiidas troopas do Primçipe Iuuri e homde damtrellas avia um tam valloroso guerreiro dallam mar que hera conheçido por Damte Amaraal. A diferemça amtre as duas forças que hiam começar a pelleja era tam gramde, que nos primeiros dous dias a derrota das troopas portuguesas foe inevitaavel. Mas oo terçeiro dia, os cavalleiros delRei Dom Affomsso Hemrriques, tomaromsse de gramde coraagem, e em huum golpe de maão sabedor liderado por Dom Hugo e Dom Faabio, sobirom açima dos muros da çidade e em huuma pelleja que perlomgousse per mujto tempo, deerom huum tam gramde golpe no gigamte Damte Amaraal que quasi o derribarom (veer iluminura).”
”Este veemçimemto oo terçeiro dia fez estremeçer as troopas do Primçipe Iuuri e foe huum feito hepico, em huuma pelleja tam desigual e tam lomge da paatria. Este feito eh digno de memooria e averaa de ser leembrado pera sempre, como exemplo de esforço, abnegaçom e superaçom, e de ahomde estas virtuudes som capazes de llevar huum poboo. As troopas de Moscoovo aviom sofrido huuma dura derrota, de tal guisa que tiverom de continuar a pelleja em huum quarto dia duuma batalha que numca aviom de teer em pemsamemto que pudeçe seer tam difiçil, e a pelleja proçeguiu com os cavalleiros de Dom Rogeerio de Paulla a vender cara a sua derrota delles. As troopas do Primçipe Iuuri nom aviom cahido… mas aviom estremeçido!”
Em frente às muralhas vermelhas do Kremlin, estava Dom Rogério de Paula e os seus nobres cavaleiros, em contemplação daquele enorme obstáculo, quase intransponível, prontos para dar início à luta com as temidas tropas do Príncipe Yuri Dolgoruki, e com o seu campeão d’além mar – Dante Amaral. A diferença entre as duas forças era tão grande que nos primeiros dois dias a derrota foi quase total. Mas, no terceiro dia, os cavaleiros d’El-Rei Dom Afonso Henriques, com uma coragem sobre-humana, fizeram uma incursão na cidade, liderada por Dom Hugo (Gaspar) e por Dom Fábio (Jardel), subindo as suas muralhas, e numa luta desenfreada e que quase parecia não ter fim, deram um golpe tão violento no gigante Dante Amaral, que por pouco não o derrubaram (ver cartoon). Esta vitória no terceiro dia fez estremecer as tropas fieis ao Príncipe Yuri, e foi um feito notável por ser uma luta tão desigual, e tão longe da pátria. Foi um feito digno de memória que deverá ser lembrado para sempre, como exemplo de esforço, abnegação e superação, e de até onde estas virtudes podem conseguir levar um povo. As tropas de Moscovo sofreram uma dura derrota, que as obrigou a lutar durante mais um dia numa batalha que nunca imaginaram que pudesse vir a ser tão difícil. E a luta continuou com os cavaleiros de Dom Rogério de Paula a vender cara a derrota. As tropas do Príncipe Yuri não caíram… mas chegaram a tremer!
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Ponto Prévio: A liga errou ao usar o termo.
Tudo teria sido descomplicado e "normal" se a liga tivesse escrito o normal "maior diferença de golos" em vez do termo anglo-saxónico usado. Algum "espertalhão" quis ser melhor do que os outros e acabou por provocar tudo isto. Com certeza que para o ano o regulamento deve ser escrito de forma mais correcta mas isso não implica que este ano se possa fazer algo tão absurdo e injusto (para mim) como afastar o Vitória do seu legítimo lugar nas meias-finais.
1) É cínico e falso quem disser que nunca viu usado o termo goal-average para designar a diferença de golos. Quando a expressão é usada, na actualidade, tem o significado comum de diferença de golos.
São múltiplas as referências, não só em Portugal, como em todo o mundo. Exemplificando de modo claro, aqui ficam ligações a comprovar isso. Começo logo pela FIFA ([1], [2]) - sim, meus caros, a Fifa! - e pela UEFA ([3],[4]). Em Portugal, pela Bola [5], Jogo [6], Record [7], MaisFutebol [8], Público [10] ou JN [11]. Em Espanha por El Mundo [12], Mundo Deportivo [13] ou Sport [14]. Em França no L'Equipe [15], e poderia continuar com exemplos por todo o mundo. Já sei que agora não faltam paladinos a dizer que sempre souberam que significava outra coisa, mas todos, mesmo todos, quando ouvem esta expressão hoje em dia pensam na diferença de golos. Inclusive o agora "ofendido" Belenenses, quando publicamente atribuiu (link corrigido graças a uma dica) a sua não passagem ao golo invalidado na Luz e durante dois dias nem sequer lhe passou pela cabeça dar outro significado à expressão, até a blogosfera (Briosa e António Boronha) ter levantado a questão. E muitos regulamentos de torneios por esse mundo foram usam também essa expressão nos regulamentos, como este, este ou este. Até a A.F.Porto usa o termo nos regulamentos!
2) Se quiserem interpretar à letra, "Goal-Average" significa somente "média de golos" e não o quociente ou rácio entre os golos marcados e sofridos.
Se vamos ser então tão minuciosos e esquecer o espírito da lei (já falarei disso mais adiante) então temos de pensar no significado textual de goal-average, que é tão somente média de golos. Mas que tipo de média? Média de golos marcados, como por exemplo é usado aqui num regulamento de uma competição? Ou seria média de golos sofridos? Ou seria média de diferença de golos? Ou seria como aqui? São muitas as interpretações possíveis. Porque é que haveríamos de tomar como oficial algo que matematicamente é chamado de "ratio" (ou rácio)? Têm dúvidas? Vejam a definição num dicionário inglês: "ratio - the relation between two similar magnitudes with respect to the number of times the first contains the second: the ratio of 5 to 2, written 5:2 or 5/2.". Tanto que quando se usa isto num desporto, como por exemplo no voleibol, se designa de... "set ratio"! Podem dizer que no passado esse termo era de "entendimento comum" como o tal rácio. Mas apenas como entendimento comum (tal como agora significa outra coisa nesse mesmo entendimento comum)! Com certeza que se aparecesse num regulamento tão sério e bem escrito como agora querem que este seja, teria de explicar como era calculada essa média, sob pena de alguém o protestar. É tão diferente "average" de "difference" como "average" de "ratio"! E já nem vou sequer falar de como a definição pretendida pelos de Belém se aplicaria caso o número de golos sofridos fosse zero. É que uma divisão por zero é matematicamente indefinida, é um "erro", uma excepção. Sim, à medida que um número se aproxima de zero, a divisão de outro por este aproxima-se ou tende para infinito. Mas quando se divide mesmo por zero, não se pode dizer que o resultado é "infinito" mas sim indefinido. Claro que neste caso os de Belém devem dizer que se usa... o entendimento comum!
3) O espírito da lei interessa sim e deve ser tomado em linha de conta juridicamente.
Diz o artigo 9º do código civil, sobre a interpretação de leis: "1 - A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a partir de textos o pensamento legislativo, tendo sobretudo em conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elaborada e as condições específicas do tempo em que é aplicada. 2 - Não pode, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento legislativo que não tenha na letra da lei um mínimo de correspondência verbal, ainda que imperfeitamente expresso.". Ou seja, não podemos querer ler apenas textualmente e ignorar todo o contexto, ignorando a intenção do legislador e a maneira como se harmoniza com o resto do regulamento. É claro que o legislador queria indicar diferença de golos (como de resto já o fez notar em comunicado) e é claro que é isso que se harmoniza com o resto do regulamento. Olhando para o segundo ponto, e pensando no que disse acima sobre o uso da expressão hoje em dia, é para mim claro que este é um caso onde o conceito apenas está "imperfeitamente expresso". Mas a intenção, a vontade do legislador, é clara! Queria expressar-se a diferença de golos.
Já falei muito e ainda mais poderia dizer, mas eu não tenho dúvidas de quem eu acho que deve passar: o Vitória! Nada me espanta no entanto no mundo do futebol e estou preparado para tudo em termos psicológicos. Afinal, o Belenenses é o rei dos casos na secretaria, e contra eles, como muitos vitorianos se lembrarão, até tivemos uma vez um jogo repetido (!!) por um suposto erro "técnico" do árbitro (uma expulsão supostamente "indevida" do guarda-redes deles). Tínhamos ganho o jogo e acabamos por perder depois na repetição. Foi na altura uma atitude inédita e sem precedentes passados... ou futuros.
Claramente Custódio não sabia que o Vitória ainda tinha hipóteses de passar. Será que o mesmo se passava com o resto do plantel? Bem sei que a equipa técnica pode ter optado por não introduzir pressão adicional, mas as contas estavam lá para quem as quisesse fazer, e como diz e bem o site oficial: "as contas fazem-se no fim". Mesmo quando muitos (quase) não acreditavam que fosse possível (eu incluído - faço aqui o mea culpa).
Pela raridade do momento, apetece-me mostrar um screenshot do MaisFutebol:
É sempre bom sermos tratados por igual com aqueles que a comunicação social costuma chamar de "grandes". E hoje fomos mesmo "grandes"... na sorte!. Fizemos a nossa parte, é verdade, mas temos de realmente pensar que a conjugação de resultados era altamente improvável. Mas aconteceu!
Para terminar em beleza, uma opinião pessoal de um jornalista do mesmo site diz o seguinte:
"Taça da Liga: melhor nem por encomenda
Para contentamento da Liga, do patrocinador e das estações de televisão que transmitem a Taça da Liga, os quatro apurados para as meias-finais formam um grupo perfeito.
No segundo ano de vida, a Taça da Liga será decidida entre as equipas que mais adeptos levam aos estádios em Portugal. Melhor era impossível."
É necessário aqui colocar alguma água na fervura e dizer que realmente a assistência de hoje no D. Afonso Henriques foi muito baixa, mas é necessário ter em conta todas as condicionantes. E o panorama no nosso estádio não foi a excepção, mas sim a regra nesta Taça.
- Ganharmos à Olhanense por diferença mínima de 3 golos
- O V. Setúbal ganhar ao Nacional
- O Marítimo não ganhar em casa ao Rio Ave
- O Benfica ganhar ao Belenenses
- O Sporting não perder em casa com o Paços
No nosso jogo, fizemos o que tínhamos a fazer. Entramos com uma equipa ao nível do melhor que temos disponível, proporcionamos minutos a Custódio e vencemos precisamente pela margem necessária. Verdade que a Olhanense não se apresentou na máxima força (por exemplo, notou-se a ausência de Djalmir). Verdade que não jogamos por ai além. Mas ganhamos por 3-0! E neste momento apetece-me dizer... que o resto é conversa!
Agora o sorteio realiza-se na terça, dia 20 de Janeiro, pelas 12:30. E pelo regulamento da Taça da Liga já sabemos que jogaremos fora na Luz ou em Alvalade. Venha o diabo e escolha. Mas as meias-finais e o facto consumado de ainda estarmos na disputa pelas duas Taças ninguém nos tira. A meia-final irá ser jogada a 4 de Fevereiro, salvo alteração para transmissão televisiva.
Seja como for, no presente, é mais de meia-equipa lesionada! E tudo isto numa fase decisiva (com os quartos-de-final da Taça pelo meio). Ainda por cima, perdemos outro jogador potencialmente titular (Mohma) e os reforços ainda não estão em condições físicas de actuar. É caso para dizer: o que mais nos irá acontecer?
“O Saamto Graal estava guardado na Torre Neegra, oo lado da igreia, mesmo no meeo da çidade de Tchessca Budieiovitsa, e Dom Rogeerio de Paulla hera sabedor desto. Pera lograr de hi chegar, aviom os de Guimaraaens de ser muj ledos, desbaratamdo o exercito emmijgo amtes que eles se defemder pudeçem. E foe desta guisa que as cousas ouverom de acomteçer. Dom Rogeerio emtrou em Tchessca Budieiovitsa tam ledo como huum rayo que ouvesse cahido nas cabeças daquelles homeens. Os de demtro nom lograrom de defemder as murallas da çidade, e forom desbaratados. Os cavalleiros de Dom Rogeerio mal lograrom ademtrarsse aas murallas, subirom aa Torre Neegra, ca eles sabiom que avia de hi estar o Saamto Graal. Herom mujtos os bohemios que hi estavom para defemder atee aa morte o seo tesouro delles. A pelleja foe muj soada mas Dom Neelsom desbaratoullos todos, e foe o primeiro a tomar o caalix e beber da augua da eteerna moçidade, quasi o sol a poersse estava. Dom Adriaano arremcou a bamdeira da Bohemia, e per troca subio a de Portugal (veer iluminura).”
Glossário
“A pelleja foe muj soada”- a luta foi feroz; “Amtes que eles se defemder pudeçem”- antes que eles se conseguissem defender; ”Arremcou a bamdeira”- arreou a bandeira; ”Augua da eteerna moçidade”- água da eterna juventude; “Ca eles sabiom”- porque eles sabiam; “Caalix”- cálice; ”Desbaratoullos todos”- dizimou-os; “Desta guisa”- deste modo; ”Emmijgo”- inimigo; “Hera sabedor desto”- sabia disto; ”Hi”- aí; “Igreia”- igreja; ”Lograrom ademtrarsse”- conseguiram entrar; ”Meeo”- meio; “Muj ledos”- muito rápidos; “Olvidar”- esquecer; ”Pera lograr de hi chegar”- para lá conseguir chegar; “Quasi o sol a poersse estava”- quase ao pôr-do-sol; “Tam ledo como huum rayo que ouvesse cahido”- tão rápido como um raio que tivesse caído; ”Veemçimemtos”- vitórias.
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Perante uma Ceske Budejovice que nos colocou imensas dificuldades no jogo da primeira volta (vencemos apenas por 3-2) o Vitória entrou em grande e com muita auto-confiança. O ás de Hugo Gaspar logo no primeiro serviço foi o mote para uma exibição cintilante. Chegamos ao primeiro tempo técnico a vencer (7-8). O Ceske tentou recuperar, chegou ao segundo tempo técnico na frente (16-14), com o Vitória a conseguir virar para 17-18. O Ceske conseguiu empatar a 18 mas a partir daí o Vitória foi simplesmente demolidor: 7 pontos seguidos (!!) deram uma vitória folgada no primeiro set por 18-25.
Moralizados pelo excelente primeiro parcial, os jogadores vitorianos não deram hipóteses no segundo set. Estivemos sempre na frente. 3 pontos de vantagem no primeiro tempo técnico (5-8), que passaram a 4 (7-11) e depois a 6 (9-15). Os checos reagiram diminuindo para 11-15 mas o Vitória entrou no segundo tempo técnico ainda com 5 pontos de vantagem (11-16). A partir daí só deui Vitória, pelo que chegamos aos 8 pontos de vantagem (13-21) e depois finalizamos o set nas calmas com um impensável 16-25!
No terceiro set os checos deram o tudo por tudo e este acabou por ser sem dúvida o parcial mais equilibrado. No ínicio fizemos três pontos seguidos, e essa seria mesmo a mais larga vantagem que qalquer equipa teria ao longo do set. É que os checos responderam com 5 pontos também seguidos. A partir daí o equilíbrio foi a nota dominante, com vantagens marginais do Vitória nos dois tempos técnicos (7-8, 15-16). Quando o Vitória passou para 2 a diferença (16-18), o que se manteve até à entrada no patamar decisivo dos 20 pontos (19-21) pensou-se que o jogo estaria resolvido, mas um último forcing do Ceske levou o jogo até às vantagens, onde só ficaria resolvido a nossa favor nos 27-29, depois de uma decisão do árbitro ter obrigado a repetir esse último ponto.
Estava feita história e o Vitória pode orgulhar-se assim de um feito tremendo. Para que se compreenda melhor o porquê de já termos matematica passado, é preciso explicar que passam aos oitavos os 2 primeiros de cada um dos 6 grupos, mais os 4 melhores terceiros. Ora, o Vitória, mesmo que perca em casa por 0-3 com o Din. Moscovo (o que estou convencido que não acontecerá) fará 9 pontos, com um set-average de 10-11 (rácio 0.91). Nesse caso, se o Noliko ganhar caímos para terceiro. No entanto, o terceiro do grupo F apenas poderá fazer 8 pontos (na melhor das hipóteses) e o do grupo C poderá chegar aos 9 pontos, mas sempre com pior rácio que o Vitória, mesmo que vença pela margem máxima. Podem ver todos estes dados no site da CEV.
Sobre o jogo, não é fácil destacar nenhum jogador em particular. Toda a equipa esteve em grande nível. Nelson Brízida foi o melhor pontuador, com 18 pontos. Mas Hugo Gaspar (excelente no serviço e com grande eficácia no seu temível ataque), Adriano Lamb (grande distribuição, excelente serviço a cair junto à rede e ainda fez ele mesmo 6 pontos), Eurico (muito seguro na recepção), Thiago Rey, Filipe Cruz e o grande capitão Allan Cocato estiveram todos em grande. Parabéns a todos!
Agora na quarta-feira o Vitória recebe no seu pavilhão o Dínamo de Moscovo e a equipa merece uma recepção à altura. Pede-se um pavilhão cheio para homenagear os jogadore e, quem sabe, levá-los a um triunfo sobre um dos colossos europeus da modalidade. A motivação será certamente tremenda e a aposta do Vitória nesta Liga dos Campeões está mais que justificada.
As fotos de cima são retiradas do site da CEV e aqui ficam mais algumas imagens que obtive da transmissão online:
"Eu digo que mais uma vez não perdemos, com os jogadores que temos."
"A grande realidade é esta. É aquilo que é possível fazer."
"Toda a gente sabe das dificuldades com que nós estamos. E eu repito o que disse antes do jogo: só não vê quem não quer ver".
"A finalização faz-se com jogadores com outra tarimba."
"Eu nunca disse que estava contra os reforços de Inverno. (..) Em Janeiro, um mês decisivo e complicado, não podiam ser úteis".
"Não sou que traço e defino a política desportiva do clube. Sou um assalariado."
"Domingo vamos jogar com o Olhanense. Nós vamos ter dificuldades em fazer golos. E mais, tenho a consciência de que se sofrer um golo provavelmente perco o jogo."
"Vários amigos me dizem que devia dar um soco na mesa. Mas eu digo que, se desse um soco da mesa, ou partiria a mesa ou o pulso..."
Para finalizar, uma frase do Abel Sousa, à qual Cajuda respondeu com "espetáculo essa": "quem nasceu para 8, não pode chegar a 80". E mais, infelizmente, não é preciso dizer...
Foto: GuimarãesDigital
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